Entrevista no Consultório do Porto Canal com Sofia Almeida Barbosa sobre: Ansiedade Sofia Almeida Barbosa Tive a honra de participar no programa Consultório do Porto Canal, na televisão da minha…
Fui convidada a participar no programa Consultório do Porto Canal. Tive o privilégio de estar presente no canal televisivo da minha cidade, o Porto! Fui muito bem recebida, muito obrigada a todos os envolvidos nesta experiência!
Para quem me acompanha nas redes sociais sabe que falo muito sobre o burnout. É um tema que me desperta interesse e ao qual me dedico a estudar.
O burnout é um assunto que afeta, mundialmente, muitas pessoas. É um problema de saúde pública, social e laboral importante! É um problema das famílias e das empresas. É essencial falarmos sobre o tema para compreendermos melhor o fenómeno e encontrarmos formas de prevenir e tratar.
Vivemos num mundo acelerado, frenético.O desgaste físico e psicológico tornou-se comum. Sentir-se exausto, sobrecarregado, desmotivado, insatisfeito, triste, abatido, com pontos de interrogação futuros são experiências vivenciadas por muitas pessoas. É fácil sentir-se assim? De todo. Causa cansaço, desmotivação, irritabilidade. É preciso sentir para perceber. Dada a sua relevância, precisamos de falar sobre saúde psicológica!
Burnout e stress crónico andam de mãos dadas. Trata-se de um estado de exaustão emocional, física e cognitiva causado pelo excesso de stress que não foi gerido com sucesso. Já escrevi sobre o conceito de burnout na página das especialidades, se sentir interesse convido à sua leitura.
Quantas vezes sentiu que dormir não é reparador e acorda cansado? Já aconteceu estar de férias e não revitalizar nem recuperar? Sente-se cansado, sem energia e sem vontade de regressar ao trabalho?
Na realidade, o ser humano depara-se com uma fadiga persistente que insiste em não desaparecer. O mundo exige cada vez mais de nós, a luta é desigual, mas é preciso acordar e fazer algo!
Antes de falar sobre prevenção preciso esclarecer que a causalidade do burnout é multifatorial. As exigências e responsabilidades são cada vez mais acrescidas. Deparamo-nos com uma pandemia, não tivemos tempo para respirar, e entramos em cenários de guerra! Uma triste e conflitante realidade. Não fosse suficiente, ainda nos visitou a inflação, o custo de vida aumentou, as exigências e responsabilidades tornaram-se indubitavelmente preocupantes! Vivem-se tempos difíceis.
A prevenção é a melhor cura para qualquer problema e/ou doença. É possível prevenir o burnout? Sim, mas existe muita coisa a fazer. Não é simples. É necessária a intervenção de todos nesta equação!
As organizações desempenham um papel crucial na prevenção do burnout. A formação e a informação sobre burnout são extremamente importantes para aqueles que ocupam cargos de chefia e liderança nas organizações.
Os líderes são modelos para as suas equipas. Ao demonstrarem preocupação e cuidado com a saúde mental e bem-estar, incentivam os seus colaboradores a fazerem o mesmo.
Os líderes e chefias intermédias que saibam identificar precocemente sinais de burnout e que saibam atuar na prevenção encontram-se mais bem preparados e munidos de medidas proativas para prevenir o stress crónico e o esgotamento das suas equipas. Promovendo um ambiente de trabalho saudável, uma distribuição adequada de tarefas, implementando estratégias de gestão de stress.
Algo importante a destacar, líderes e chefias precisam cuidar de si próprios para cuidarem bem das suas equipas. É um win-win. “Se eu estiver bem, estou de bem com a vida, com a minha equipa, com as minhas pessoas e mais apto para ajudar e orientar quem precisa.”
Criar um ambiente de trabalho positivo alicerçado no amor, empatia, compreensão, no saber ouvir. Todos gostamos muito de falar, mas saber ouvir é uma arte. E saber escutar o outro não é uma skill frequente, mas é uma competência que todos podemos investir em aprender.
Acredito no amor como preditor de sucesso e bem-estar. Amor e felicidade andam de mãos dadas. Porque não falar de amor nas empresas e no trabalho? Não de trata de uma lamechice, mas sim de uma necessidade. O ser humano é hu-ma-no e não uma máquina.
Amar não é apenas uma expressão de afeto, mas uma estratégia de negócio bem-sucedida. O amor pode transformar a nossa vida pessoal e profissional! Precisamos convidar o amor para se sentar à mesa das empresas. Acredito no amor, empatia, reciprocidade, compaixão, transparência, união e respeito como preditores do bem-estar e da felicidade organizacional. Acredito numa liderança humanizada. Não acredito noutro caminho que não seja este!
Vou atrever-me a lançar algumas questões. Será que sabemos comunicar o que pensamos e sentimos de forma eficaz, compreensível e empática? Conseguimos nós expressar as nossas necessidades de forma assertiva? Será que se soubessemos comunicar melhor uns com os outros o mundo não seria um local melhor para se viver? E se falarmos do poder da escuta? Será que sabemos escutar os outros? Ou simplesmente esperamos que o outro fale para intervirmos, rapidamente, de seguida? Por vezes, nem se deixa que o outro acabe de falar. Interrompe-se com dicas e opiniões do estilo “Se fosse comigo”, “No teu lugar faria”, “Acho que deves”, “Comigo nem sabes como foi. Vou contar…”
Dá que pensar, não é verdade? Precisamos respirar. Acalmar. Acionar o botão da pausa. Deixar o outro falar, dar-lhe esse privilégio, reconhecimento, atenção e amor. Precisamos comunicar com empatia, calçando o sapatos dos outros.
As organizações desempenham um papel crucial na prevenção do burnout. A formação e a informação sobre burnout são extremamente importantes para aqueles que ocupam cargos de chefia e liderança nas organizações.
Os líderes são modelos para as suas equipas. Ao demonstrarem preocupação e cuidado com a saúde mental e bem-estar, incentivam os seus colaboradores a fazerem o mesmo.
Precisamos saber falar connosco e saber ouvir as nossas necessidades.
Uma comunicação e escuta empática são a base para resolver muitos problemas. Precisamos munir-nos de boas estratégias para saber falar e ouvir. Precisamos reaprender a comunicar, algo aparentemente tão simples, mas tão complexo.
Assistimos a momentos únicos onde é necessário apostar na capacidade das empresas em desenvolver competências conversacionais que aproximem as pessoas, as equipas e as gerações!
Um ambiente de trabalho tóxico pode ter impactos negativos profundos. Humanizar a cultura e os valores da empresa é essencial, especialmente para a nova geração de trabalhadores que valoriza um tratamento justo e respeitoso.
Talvez já tenha vivenciado um ambiente disfuncional no local de trabalho e quase de certeza que se recorda do impacto negativo que teve em si. Frustração, desmotivação, falta de foco, tristeza, desligamento e falta de vontade para permanecer naquele meio. Ambientes desagradáveis são altamente nocivos ao bem-estar das pessoas.
O local onde trabalhamos é o lugar onde passamos mais horas da nossa vida. Muita coisa se passa ali. É necessário conseguir um espaço agradável, motivante, respeitoso, onde se estreitam relações e as pessoas se sintam seguras.
Pessoas precisam de pessoas. Destaco a importância de nos unirmos para compreender o básico. Somos seres humanos, não somos e nunca seremos máquinas. Numa mundo cada vez mais digitalizado, manter a ligação humana é essencial. Precisamos unir esforços e abrir a porta para uma nova era: o amor como caminho para uma nova cultura empresarial. As pessoas são importantes e nas empresas são a base de tudo!
O conhecimento sobre o burnout deve fazer parte da formação da liderança nas organizações. Os líderes bem informados estão numa posição mais forte para promover um ambiente de trabalho saudável e apoiar o bem-estar dos seus funcionários. O impacto positivo desta ação traduz-se tanto na saúde da equipa quanto no sucesso da organização.
As pessoas precisam sentir-se bem e equilibradas, quer na vida pessoal quer na vida profissional.
Vida só há uma. Cuidemos de nós, sempre!
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