Comportamentos Depressivos, Depressão e Suicídio

“Sinto-me triste, sem motivação e isolada. Não consigo encontrar motivação para fazer as coisas que antes me davam prazer. Sinto-me cansada e sem energia a maior parte do tempo. É difícil lidar com este sentimento de vazio e desespero que me acompanha diariamente.”

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Sobre depressão

 

A Organização Mundial de Saúde (2012) estima que, em todo o mundo, mais de 350 milhões de pessoas sejam afetadas pela depressão que se tornou um problema de saúde à escala mundial. Em 2030, será a segunda maior despesa de saúde no mundo.

 

Em Portugal, a depressão representa 10% das doenças psicológicas e tem uma prevalência ao longo da vida de 16.7%. Nos Cuidados de Saúde Primários é o terceiro problema de saúde mais frequente nas consultas.

O que é a depressão?

A depressão é mais debilitante do que muitas doenças físicas. Uma pessoa com depressão tem, em média, 50% mais incapacidade do que uma pessoa com angina de peito, artrite, asma ou diabetes (MHPG, 2012). A depressão constitui um fator de risco para todas as causas de morte relacionadas com doenças físicas. No geral, está associada a um aumento da mortalidade de 50%.

 

A expressão “estou deprimido” ou “estou em baixo” é frequentemente utilizada quando se sente tristeza e insatisfação com a vida. Os motivos que causam sentimentos de tristeza e infelicidade são de diversa ordem: perdas, separações, desilusões, discussões, contrariedades e frustrações. Estas reações emocionais não serão preocupantes quando proporcionalmente adequadas à situação e com duração limitada. No entanto, estes sentimentos revelam a presença clínica de uma depressão se forem permanentes no tempo e interferirem negativamente na vida pessoal, afetiva ou laboral.

A depressão é uma doença que envolve tristeza, desespero, desmotivação e desesperança. Estas manifestações causam inutilidade, desvalor, desmotivação e exaustão. Normalmente, afetam a autoestima, o sono, o apetite e o desejo sexual, interferindo com as atividades diárias e com a saúde física. Na forma mais leve permite a vida quotidiana, mas torna tudo mais difícil, cansativo e inútil. Na forma mais grave ameaça a integridade física e a vontade de viver, podendo, em casos extremos, levar ao suicídio. Em todo o Mundo, morrem anualmente quase 800.000 pessoas por suicídio, sendo a segunda causa de morte nos jovens (15-34 anos) e corresponde aproximadamente a 1 morte a cada 40 segundos. Em Portugal, suicidam-se pelo menos 3 pessoas por dia, mas estima-se que o número possa ser maior, uma vez que o registo nem sempre é feito devidamente. Vários estudos indicam que o número de tentativas é cerca de 25 vezes superior ao número de suicídios.

 

A depressão manifesta-se nos sentimentos (por exemplo, sente-se triste, desesperado ou vazio; chora facilmente e isola-se dos outros), nos pensamentos (por exemplo, tem dificuldade de concentração e na tomada de decisões; culpa-se sobre tudo e vê sempre o lado negativo do que acontece), nos comportamentos (por exemplo, deixa de fazer atividades que lhe davam prazer, evita situações e não lhe apetece falar) e no corpo (por exemplo, tem dificuldade em dormir ou dorme demasiado, sentindo-se sem energia, perdendo o apetite ou comendo em excesso, consumindo mais tabaco/álcool do que habitualmente). As probabilidades de uma depressão são condicionadas por fatores biológicos (genéticos, químicos ou hormonais), ambientais (estações do ano, número de horas com luz), sociais, familiares e pessoais (por exemplo, o tipo de personalidade).

Depressão ou ansiedade?

A depressão e a ansiedade são dois distúrbios psiquiátricos distintos, mas frequentemente inter-relacionados. A ansiedade é caracterizada por um estado de apreensão e preocupação excessiva em relação ao futuro, acompanhado por sintomas físicos como palpitações, falta de ar, pressão no peito, sudorese, e tensão muscular. A depressão, por outro lado, é um distúrbio do humor que se manifesta como uma sensação de tristeza profunda e persistente, perda de interesse nas atividades diárias e sentimentos de desesperança e desespero.


As principais diferenças entre depressão e ansiedade incluem os sintomas emocionais e físicos que as pessoas experimentam. Na ansiedade, os sintomas físicos são mais predominantes, enquanto na depressão, os sintomas emocionais são mais prevalentes. Os sintomas físicos da ansiedade podem incluir sudorese, palpitações, tremores, respiração acelerada, tensão muscular e dores de cabeça. Na depressão, os sintomas emocionais podem incluir tristeza profunda, perda de interesse em atividades diárias, sentimentos de inutilidade, culpa e desesperança.


Outra diferença importante entre depressão e ansiedade é a duração dos sintomas. A ansiedade é caracterizada por um estado de apreensão e preocupação excessiva em relação ao futuro, geralmente de curta duração e desencadeado por eventos específicos. A depressão, por outro lado, é um estado emocional profundo e persistente que pode durar semanas, meses ou anos.
Embora a ansiedade e a depressão sejam distúrbios distintos, muitas pessoas que sofrem de uma dessas condições também experimentam sintomas da outra. Isso é conhecido como transtorno de ansiedade e depressão misto. Esses distúrbios podem ser tratados com sucesso com a ajuda de profissionais de saúde mental, estamos aqui para ajudar!

Depressão ou tristeza?

Depressão e tristeza são duas coisas diferentes, embora possam ter sintomas semelhantes. A tristeza é uma emoção humana normal e saudável, que pode ser desencadeada por eventos stressantes, como a perda de um ente querido, o fim de um relacionamento, ou outras mudanças importantes na vida. A tristeza é, geralmente, uma emoção temporária que diminui com o tempo e não interfere significativamente no quotidiano da pessoa.

 

Por outro lado, a depressão é uma condição psiquiátrica que envolve um humor deprimido persistente, perda de interesse em atividades diárias, fadiga, distúrbios do sono e alterações de apetite. A depressão é um transtorno que pode afetar significativamente a qualidade de vida de uma pessoa e interferir em suas atividades diárias. É importante destacar que a depressão pode ocorrer sem motivo aparente e não é necessariamente desencadeada por eventos estressantes na vida da pessoa.


A tristeza é uma emoção passageira, enquanto a depressão pode durar semanas, meses ou até anos, caso não seja tratada adequadamente. A depressão requer atenção médica e psiquiátrica, e o tratamento pode incluir psicoterapia, medicação ou uma combinação dos dois.

 

Em resumo, a tristeza é uma emoção temporária e que faz parte da vida, enquanto a depressão é uma condição psiquiátrica que requer tratamento adequado. Se perceber que está com sintomatologia depressiva, procure ajuda médica e psicológica com brevidade!

Quais os principais sintomas da depressão?

  • Humor deprimido persistente: sentimentos de tristeza, desesperança e desespero;
  • Vive-se na biblioteca do passado;
  • Perda de interesse em atividades diárias: hobbies, trabalho, sexo ou convívio social;
  • Distúrbios do sono: insónia (dificuldade em adormecer ou manter o sono) ou hipersónia idiopática;
  • Alterações do apetite com alterações de peso significativas;
  • Fadiga e perda de energia: sentir-se cansado e sem energia, mesmo após uma boa noite de sono;
  • Sentimentos de inutilidade ou culpa e insegurança;
  • Dificuldades de concentração, memória e na tomada de decisões;
  • Agitação ou lentidão: comportamento agitado e inquieto, ou lentidão e falta de reatividade física e emocional;
  • Pensamentos suicidas e/ou tentativas de suicídio.

É importante ressaltar que nem todas as pessoas que sofrem de depressão apresentam todos estes sintomas, e que os sintomas podem variar em intensidade e duração.

Será que sofre de depressão e não sabe? A que sinais do seu comportamento deve estar atento?

Existem comportamentos que podem indicar a presença de uma depressão. Abaixo, encontra alguns exemplos:

 

Isolamento social: pessoas com depressão tendem a evitar interações sociais, afastando-se de amigos e familiares.


Choro frequente mesmo sem motivo aparente.


Alterações nos hábitos alimentares: perda ou excesso de apetite e ganho ou perda de peso.


Comportamentos arriscados e impulsivos, abuso de álcool ou drogas.


Comportamentos autolesivos: cortar, queimar, morder, auto-agressão acompanhada de dor ou lesão física. São comportamentos para lidar com as dores emocionais (ansiedade, raiva, angústia, tristeza ou outras emoções difíceis de enfrentar).


Visão negativa e pessimista da vida e de si próprio.

Quais as causas da depressão?

A depressão é uma condição complexa e pode ter diversas causas, incluindo fatores biológicos, psicológicos e sociais.

 

Alguns motivos que podem causar depressão:


a)
Fatores biológicos: a depressão pode estar associada a desequilíbrios químicos no cérebro, como a diminuição dos níveis de serotonina, noradrenalina e dopamina. Outros fatores biológicos que podem contribuir para a depressão incluem a genética, doenças crónicas, disfunções hormonais, lesões cerebrais e outras condições médicas.


b) Fatores psicológicos: a depressão pode ser causada por eventos stressores da vida, como a perda de familiares/amigos, divórcio, desemprego, problemas financeiros ou de relacionamento.


c) As pessoas com baixa autoestima e/ou transtornos de ansiedade têm maior probabilidade de desenvolver depressão.


d) Fatores sociais: casos de isolamento social, falta de suporte emocional, discriminação, abuso ou negligência contribuem para a depressão.


e) Abuso de substâncias: o abuso de drogas e álcool pode aumentar o risco de depressão e tornar a condição mais difícil de tratar.


f) Outros fatores: condições médicas crónicas (diabetes, problemas cardiovasculares, cancro, entre outras), ou certos medicamentos.

Tratamento para a depressão

Atualmente, a depressão constitui um dos principais desafios da saúde pública e no qual é urgente e imperativo intervir!
A investigação científica, baseada em meta-análises e revisões sistemáticas das evidências disponíveis, tornou consensual o papel central da intervenção psicológica no tratamento das perturbações depressivas (NICE, 2010). Atualmente, existe um conjunto diversificado de intervenções psicológicas disponíveis para o tratamento da depressão.

 

O tratamento da depressão depende da gravidade e das necessidades individuais do paciente. Abaixo, encontra as opções de tratamento mais comuns para a depressão.

 

a) Psicoterapia – Ajuda na identificação e mudança de padrões de pensamento negativos, no desenvolvimento de estratégias de coping e na aquisição de ferramentas para lidar com questões emocionais difíceis.


b) Medicação – Os antidepressivos são frequentemente prescritos para tratar a depressão. Ajudam a equilibrar os níveis dos neurotransmissores no cérebro. Melhoram o humor, a energia e a motivação. Existem vários tipos de antidepressivos disponíveis, incluindo os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS), os inibidores seletivos da recaptação da serotonina e noradrenalina (ISRSN), os inibidores da monoamina oxidase (IMAO), entre outros.


c) Exercício físico – A prática de exercício físico regular ajuda na melhoria do humor e redução da sintomatologia depressiva. O exercício aumenta a energia, melhora a qualidade do sono, reduz o stress e a ansiedade.


d) Mudanças no estilo de vida – Mudanças saudáveis no estilo de vida ajudam a aliviar a depressão. Alimentação equilibrada, evitar bebidas alcoólicas e substâncias psicoativas, sono reparador, técnicas de relaxamento (meditação, yoga, entre outras).


e) Terapias alternativas – Acupuntura, massoterapia, musicoterapia ou terapia animal podem ser úteis para algumas pessoas.
O passo mais importante para ultrapassar a depressão é procurar ajuda!
As pessoas deprimidas, quando recebem ajuda adequada, recuperam 80 a 90% do bem-estar (American Psychiatric Association, 2017).
Quando os sentimentos negativos permanecerem e não conseguir lidar com eles deve mesmo procurar ajuda. Se a depressão não for tratada, a situação vai agravar-se e pode causar danos irreversíveis.

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