Burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, é um estado de exaustão física, emocional e mental causado pelo excesso de stress no trabalho. O termo “burnout” deriva do inglês e significa “queimar por completo.”
O termo burnout surge como uma atualização linguística para um desafio de longa data, outrora conhecido como esgotamento ou até mesmo denominado como neurastenia. Neurastenia é um termo que já foi utilizado no passado para descrever um estado de fadiga mental e física, caracterizado por sintomas como exaustão, fraqueza, cansaço, irritabilidade e dificuldade de concentração. Embora neurastenia e burnout partilhem algumas semelhanças, o conceito de burnout evoluiu para um espectro mais amplo de problemas relacionados com o trabalho e questões organizacionais.
O termo burnout foi cunhado na década de 1970 pelo psicólogo Herbert Freudenberger, e desde então tem sido amplamente estudado e reconhecido como um importante problema de saúde ocupacional.
Quando se fala em burnout, também pode ser relevante abordar o impacto do “dano existencial”. Embora nem sempre amplamente discutido, o conceito de dano existencial refere-se à perda de sentido e propósito na vida como resultado do esgotamento. Trata-se de um conflito que danificou a alma.
O indivíduo pode sentir uma desconexão profunda das atividades, metas e até consigo mesmo. Isso pode levar a questões existenciais, falta de motivação e uma sensação geral de desesperança em relação ao futuro. Portanto, entender e considerar o dano existencial é fundamental para uma compreensão dos impactos do burnout na vida das pessoas.
Em 2019, o burnout entrou oficialmente na Classificação Internacional de Doenças (CID) da OMS como um fenómeno ocupacional associado ao emprego e desemprego. A aprovação da décima primeira revisão desta lista aconteceu no dia 25 de maio desse ano, durante a assembleia da OMS em Genebra.
Um estudo da OMS considerou o burnout uma das principais problemáticas associadas à saúde dos europeus e americanos, juntamente com a diabetes tipo 2 e as doenças cardiovasculares.
As três problemáticas são silenciosas nas fases iniciais, trazendo desafios acrescidos em termos de diagnóstico. São preveníveis na maioria das vezes, mas numa fase avançada, altamente limitadoras e passíveis de terminar em morte.
O burnout pode acabar em morte? Sim, pode. O trabalhador, em esgotamento profissional, ao encontrar-se num estado de exaustão muito grave pode, no limite, morrer. A morte pela exaustão associada ao trabalho, designada por Karoshi, é de difícil diagnóstico, pela complexidade da causalidade entre trabalho e morte.
Burnout conduz à diminuição da eficiência no trabalho e a problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) a depressão e a ansiedade conexas ao trabalho causam a perda de cerca de um milhão de biliões de euros na economia mundial.